Em Paris existem 150 passages e galeries, cada uma com suas características diferentes. Todas são propriedades privadas, porém não podem ser modificadas, pois são consideradas patrimônio histórico. Em 2002, a prefeitura de Paris lançou um projeto para a revitalização destes espaços. A mais antiga de todas é a Galerie des Panoramas que foi construída em 1799 e é também a mais original com 2 entradas e 4 galerias. No site você encontra a lista completa com todas.

Tínhamos muita curiosidade de ver como eram estas passagens e galerias que sempre ouvíamos falar mas nunca tínhamos ido. Numa de nossas idas à Paris fizemos um roteiro com algumas, e é isto que vamos contar agora. Conhecer as passagens e galerias de Paris foi uma volta ao passado, elas eram o shopping center do século passado! Todas as passagens e galerias possuem uma arquitetura fantástica, umas são mais bonitas e mais bem conservadas, porém todas valeram a visita pela beleza da arquitetura. As passagens que nós fomos foram as do 1º e 2º arrondissements. Este passeio pode ser combinado com o passeio de compras pela região sugerido por nós aqui.

1º arrondissement

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  • Galerie Véro-Dodat – 19 Rue Jean Jacques Rousseau, metro Palais Royal-Museé du Louvre ou Louvre-Rivoli. Ela faz a ligação entre as Rues Jean Jacques Rousseau e du Bouloi. A galeria leva o nome de seus fundadores, os açougueiros Vero e Dodat. No local antes existia o Hotel Quatremer, que foi demolido, e os seus fundadores decidiram abrir um espaço com lojas para encurtar o caminho entre o antigo Mercado Les Halles e o Palais Royal. A Véro- Dodat foi construida em estilo neo-clássico. Seu piso é todo em mármore preto e branco, o que dá uma sensação de amplitude, e seu teto possui partes que estão cobertas por vidros emoldurados com ferro e outras partes possuem sancas decoradas. Todas as lojas tem em sua fachada arcos confeccionados em madeira maciça. A galeria pode até parecer meio decadente, mas admirar os detalhes de sua arquitetura vale o passeio. Nela podemos encontrar algumas lojas de bonecas antigas, bolsas, antiquários e duas brasseries bem antigas. Na entrada da Rue Jean Jacques Rousseau fica a workshop boutique do famoso designer Christian Louboutin e bem ao lado uma sapataria que conserta os famosos sapatos de sola vermelha do estilista.

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  • Galeries e Passages du Palais Royal – estas nós já falamos um pouco no nosso post sobre compras. São com certeza as mais conhecidas e movimentadas, claro por estarem localizadas no Palais Royal.

2º arrondissement

  • Galerie Colbert – 2 Rue Vivienne, metrô Bourse. Esta galeria liga o n.6 Rue des Petits Champs ao 2 Rue Vivienne. Esta belíssima galeria foi construída para competir com a sua vizinha, a Galerie Vivienne em 1827, porém nunca fez muito sucesso. No centro da galeria, está uma rotunda com 15 metros de altura e o teto todo envidraçado que lhe concede luminosidade. Ao centro desta rotunda, onde antes ficava um lindo candelabro de bronze conhecido como Cocotier Lumineux, e o centro da rotunda ostenta uma bela estátua de Eurydice toda em bronze. Ornando com os arcos ao redor do teto, estão elegantes candelabros com sete globos em cristal, todo o conjunto de uma beleza sem igual. Não há lojas funcionando na galeria, o espaço é ocupado pelo Institute National d’histoire d’lart.

O bistrô Le Grand Colbert fica na entrada da galeria. Tanto sua fachada como a da galeria são consideradas patrimônio histórico da cidade. É um bistrô glamouroso que serve comida tradicional francesa com menus de almoço custando 30 euros para dois pratos e 37 euros para 3 pratos. Ele virou ponto de peregrinação depois que apareceu no filme “Alguém tem que ceder” com Jack Nicholson, Diane Keaton e Keanu Reeves.

Se estiver vindo do Palais Royal, as galerias estão localizadas na direção da saída aos fundos. Procure a Rue des Beaujoulais, continue em frente, passe a Rue des Petits Champs e logo a seguir verá a Rue Vivienne.

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  • Galerie Vivienne – 6 Rue Vivienne, metrô Bourse. As fachadas da galeria estão localizadas nos seguintes endereços: 4 rue des Petits Champs, 5-7 rue de la Banque e 6 Rue Vivienne. Está situada entre o Palais Royal, La Bourse (a Bolsa de Valores) e os Grands Boulevards. Foi construida em 1823, um projeto do arquiteto francês François Jean Delannoy toda em estilo neo classico com o nome de Galerie Marchoix, mas logo em seguida rebatizada de Vivienne, já que seu principal acesso é pela rua do mesmo nome. Toda a cobertura é feita em vidro com aberturas proporcionando ao ambiente ventilação e luminosidade. Na galeria, o comércio mescla o antigo e moderno, através de boutiques com a de jean Paul Gaultier e lojas de serviços como alfaiataria, sapataria, livraria, artigos de armarinho, restaurantes etc. O Bistrô Vivienne, localizado dentro da galeria, é muito frequentado pelo pessoal da moda. A Priori Thé é um bistrô e salão de chá, única com mesas no corredor da galeria.

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  • Passage des Panoramas – uma das mais antigas passagens cobertas de Paris. Inaugurada em 1800. O nome Panoramas é proveniente de uma atração muito em moda na época e que foi trazida por um empresário americano que comprou os direitos de utilizá-la na França. Esta atração eram pinturas que tinham como tema a vista de uma cidade, dai o nome de panorama, e que eram exibidas na penumbra. Estes “panoramas” eram passados em duas torres e para facilitar o caminho entre as duas torres o tal empresário americano mandou construir a passagem coberta. Esta passagem serviria para abrigar os pedestres do mau tempo e também de ligação entre os Grands Boulevards e o Palais Royal. Mesmo com a demolição das torres, a passagem continuou muito frequentada. Ao longo do tempo ela foi sofrendo com a concorrência das outras galerias abertas no entorno. Apesar disto, ela foi até 1929 muito apreciada pelos parisienses. Hoje ela é conhecida por abrigar várias lojas de selos, cartões postais e fotografias. Algumas partes estão precisando de restauração, mas mesmo assim é um lugar que ainda possui um certo charme. Dentro da galeria há alguns restaurantes indicados por vários guias gastronômicos: o Racines no n.8 e Passage 53 que fica no n.53 e no n.57, o L’Arbre à Cannelle, que é um pouco mais simples e serve comida tradicional francesa. O Théâtre de Variétés que foi aberto em 1807, ocupa ainda hoje o mesmo local. São várias entradas para a Panoramas: 11 Boulevard Montmartre, 158 rue Montmartre, 10 rue St Marc, 38 Rue Vivienne. A estação de metrô é a Grands Boulevards.

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  • Passage Jouffroy- 10 Boulevard Montmartre, fica em frente à Passage Panoramas, na entrada pelo Boulevard Montmartre, ao lado do Museu de Cera Grevin. Foi construida em 1836 como uma continuação da Passage des Panoramas. Todo o seu charme vem da bela construção em ferro e vidro, seu teto todo envidraçado chama logo a atencão. Foi também a primeira a ter um sistema de aquecimento. A galeria fica aberta todos os dias de 7hs às 21:30hrs. Para quem tem criança na família ou então ama miniaturas, indicamos no nº 29 a Pain D’Épices e no 41 a La Boîte à Joujoux. Estas duas lojas vendem brinquedos antiguinhos, mas a especialidade são as casinhas de boneca e as miniaturas. É impressionante ver todos os ambientes da casa com sua mobília e objetos reproduzidos com uma riqueza de detalhes. Se quiser fazer uma pausa e provar uma deliciosa pâtisserie francesa, na galeria tem o Le Valentin, uma confeitaria com doces e geleias de fabricação própria e também alguns itens leves para lanches. No andar superior tem salão para jantar. Fica aberto todos os dias. Também na galeria, está a La cure gourmande, loja que vende biscoitos amanteigados que derretem na boca, além de chocolates.

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  •  Passage du Grand Cerf – ela liga o 8 Rue Dussoubs   e o 145 Rue Saint Denis. Esta é outra passagem coberta imperdível. A data de abertura até hoje não está muito definida, mas alguns achados dizem que foi em 1827. Esta galeria é a que possui o mais alto teto, medindo 11,80m e todo em vidro, permitindo o aproveitamento da luz solar. A sua estrutura metálica permitiu a construção de vitrines de lojas, tanto no piso térreo como no primeiro andar, que era bastante incomum para a década de 20. Depois de passar por uma grande reforma, hoje a galeria abriga boutiques, lojas de joias artesanais, móveis, bolsas de couro, roupas… Procure a cabeça de veado de madeira (o Cerf) e os outros animais que adornam a fachada das lojas.
  • Passage Choiseul – liga a rue des Petits Champs e a Rue Saint Angustin. Esta é a passagem menos conhecida do bairro. Vale a pena entrar e ver com calma este ambiente que data do início do século 19.

 

Veja no mapa todas as passagens e galerias mencionadas.

 

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Geminiana, curiosa, habilidosa, apaixonada por gastronomia, moda,viagens, e gente bem humorada.

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